sábado, 20 de fevereiro de 2010

Tragédia na Madeira - 32 mortos confirmados e 68 feridos

In "RTP Noticias":

Trinta e duas vítimas mortais confirmados pelo Governo Regional, 68 feridos internados no Hospital Dr. Nélio Mendonça, dezenas de carros arrastados, inúmeras inundações em casas, lojas e grandes edifícios públicos. É este o actual balanço do temporal que atinge o arquipélago da Madeira desde a madrugada de sábado.

O presidente da Câmara do Funchal, Miguel Albuquerque, informou que as situações mais graves têm ocorrido nas zonas altas do concelho do Funchal e, também, no concelho da Ribeira Brava.

No Serviço de Urgências do Hospital Dr. Nélio Mendonça, no Funchal, deram entrada, até às 17h00, 63 feridos, dois dos quais em estado grave, de acordo com o responsável clínico da instituição.

Pedro Ramos, o director clínico e o Presidente do Serviço de Saúde da Madeira, Miguel Ferreira e Almada Cardoso, fizeram o primeiro balanço da situação.


Estes responsáveis garantiram que existe um plano de resposta hospitalar para emergências externas com vítimas que abrange diversos níveis e que "foram todos activados".


"Temos neste momento 63 pessoas que deram entrada no serviço de Urgências com os mais variadíssimos problemas e que obrigou o Hospital a activar todos os níveis de resposta à catástrofe", disse Pedro Ramos.
Destes casos, "apenas duas situações merecem a atenção do bloco operatório, da especialidade de ortopedia e que estão em condições de serem submetidas à intervenção cirúrgica de que necessitam".


No que diz respeito aos feridos, "alguns casos são de hipotermia, pessoas que ficaram soterradas ou foram arrastadas nas enxurradas, pequenas feridas, a maior parte são situações de baixo risco que só vão ficar até domingo por questão de segurança e é difícil regressarem aos seus lares", de acordo com aquele responsável clínico.


"A situação está toda controlada, as equipas de intervenção do Bloco e várias especialidades, todos os colegas, responderam ao apelo de virem para o Hospital e estão de prevenção", garantiu Miguel Ferreira.
As equipas de enfermagem estão super-reforçadas e o pessoal de todos os sectores deram um "apoio excepcional para uma eventualidade de socorro", acrescentou.

 
Reunião de urgência do Governo Regional

O Governo Regional reuniu-se de emergência na sede do serviço regional de proteção civil onde fez o primeiro balanço dos prejuízos causados pelo mau tempo que está atingiu a ilha e em particular a cidade do Funchal.


Na baixa do Funchal a população viveu momentos de pânico. As águas das ribeiras ultrapassaram os muros de protecção e galgaram as principais pontes da cidade, como na Ponte do Bazar do Povo, a ponte do mercado (que desabou parcialmente) e a ponte junto ao edifício Dolce Vita, onde as águas ameaçam destruir uma rotunda ali construída recentemente.

As zonas altas da Madeira foram as mais atingidas com a chuva persistente a provocar derrocadas nos Moinhos, Três Paus, Trapiche (onde morreu uma senhora idosa alarmada com o desabar do telhado da sua casa provocado pela queda de uma grua).


A baixa da cidade está intransitável ao trânsito automóvel, com a Avenida do Mar e a zona velha da cidade completamente alagadas bem como a Avenida Arriaga, a rua Fernão de Ornelas.


O shopping Dolce Vitta foi evacuado e o parque de estacionamento de vários andares está completamente inundado. O mesmo ocorreu no Centro Comercial do Anadia, onde a água transbordou no estacionamento.
A via rápida Ribeira Brava - Machico está interrompida em variadíssimos pontos, pelo que a circulação está praticamente intransitável. 

O presidente do Governo Regional da Madeira anunciou que a prioridade do executivo regional é repor tudo como estava mesmo que isso implique suspender e adiar obras planeadas e previstas no programa do Governo.

Um dos principais problemas com que os madeirenses estão confrontados são as comunicações cortadas em muitos locais devido ao aluimento de terras e onde Jardim anunciou já estar criada uma "task force" pela PT no sentido de a mais breve trecho as repor em pleno funcionamento.

As vias de acesso, outra das prioridades do executivo, têm de ser rapidamente reabertas, com as pontes que cairam a serem substituidas numa primeira fase por pontes provisórias cedidas e colocadas pelas forças de engenharia do exército português.

Aos muitos desalojados Alberto João Jardim deixou uma palavra de incentivo ao anunciar que já foi decidido lançar um concurso rápido que vise o realojamento de todos os que devido ao mau tempo se viram sem casa para habitar.

O governo regional fará entretanto, um balanço com uma extensa "memória descritiva" para que fundamentadamente possa junto dos órgãos da União Europeia em Bruxelas, solicitar apoios financeiros para a reconstrução.

No que toca à segurança, PSP garantirá que nas zonas mais atingidas não haja um aumento das actividades criminais e procederá ao apoio dos automobilistas na escolha de vias rodoviárias alternativas às encerradas.

Não tendo ainda tomado qualquer posição em relação à eventual abertura das aulas na segunda-feira, o governo regional está no entanto, sensibilizado para a necessidade de que os madeirenses tenham confiança para se poderem apresentar nos seus locais de trabalho com a garantia de que os ses filhos ficam nas escolas.

Jardim que considerou que nestes momentos não há a hipótese de "se brincar às politicas" e seria mesmo criminosos que seja quem fosse o fizesse, anunciou a solidariedade da Presidência da República e do Governo que disse para além de disponibilizar apoios financeiros, levava para o território meios humanos especializados tais como bombeiros e engenheiros militares para ocorrer ao imediato nas necessidades da ilha.

Curral das Freiras isolada

Curral das Freiras, freguesia do concelho de Câmara de Lobos, está isolada desde a manhã de acordo com o presidente do município local, Arlindo Gomes.


A grande preocupação das autoridades, neste momento, é saber a situação dos cerca de quatro mil habitantes de Curral das Freiras.


"Não temos um ponto da situação do que se passará nesta freguesia porque está completamente isolada", indicou Arlindo Gomes.


Aquela freguesia situa-se "numa zona muito montanhosa e muito acidentada" da ilha, pelo que "existe algum receio que possam haver situações menos agradáveis", adianta o autarca.


"Estão no terreno todos os meios disponíveis" garante, incluindo de empresas privadas que estão a colaborar com o município de Câmara de Lobos na desobstrução de alguns caminhos.


"Há muitas casas e estradas completamente destruídas, mas, neste momento, não tenho informação de vítimas mortais" no concelho, disse o autarca.

O pior já terá passado

O Instituto Nacional de Meteorologia, diz que "o pior já terá passado" e prevê que a tarde não seja tão pluviosa como foi a manhã, designadamente entre o período compreendido entre as 09h00 e as 10h00 horas da manhã, período em que choveu 52 milímetros no Funchal e 58 milímetros no Pico do Areeiro, segundo ponto mais alto da Região.


Os ventos muito fortes que chegaram a atingir os 100 quilómetros das zonas altas e a forte ondulação marítima contribuiram para o agravamento da situação.

Governo agarante apoio às vítimas

O primeiro-ministro, José Sócrates, declarou estar "absolutamente consternado" com a destruição e as vítimas mortais provocadas pelo temporal que assola a Madeira adiantando que o Governo "tudo fará" para apoiar esta região autónoma.


"Estou absolutamente consternado e desolado com as imagens que pude observar sobre as consequências do temporal na Madeira", declarou José Sócrates, à margem da reunião da Comissão Nacional do PS.
O líder do governo central expressou "toda a solidariedade ao Governo Regional da Madeira, à Câmara Municipal do Funchal" e garantiu que da parte do seu executivo haverá "toda a disponibilidade do Governo da República para cooperar na resposta à situação".


"Quero expressar a minha solidariedade, a minha profunda mágoa e deixar uma palavra de coragem a todos aqueles que foram afectados", disse.

Sócrates vai à Madeira

O primeiro-ministro José Sócrates, acompanhado do ministro da Administração Interna, Rui Pereira, partirá de avião para a Madeira logo que as condições climatéricas permitam que o avião aterre nesta região autónoma. O ministro da Administração Interna sairá de Lisboa do Aeroporto militar do Figo Maduro no Falcon e fará escala no aeroporto Sá Carneiro onde apanhará o primeiro-ministro que participou durante a tarde num encontro com militantes do Porto do PS enquanto secretário-geral do partido rumando depois para a Madeira onde aterrará logo que as condições climatéricas o permitam.


"É um sinal claro que estamos com os madeirenses neste momento difícil. Tudo faremos para que a resposta à situação seja encontrada numa cooperação entre os governos da República, da Região Autónoma e da Câmara do Funchal", frisou José Sócrates.


O Instituto de Meteorologia elevou para Vermelho o nível de alerta para a Madeira, o máximo.

Açores apoiam

Começam a chegar entretanto ao Governo regional da Madeira missivas de apoio dos mais variados quadrantes.

Depois de o Governo pela voz do primeiro-ministro, José Sócrates, ter garantido todo o apoio da governo central, também Carlos César líder do governo regional da outra região autónoma portuguesa, os Açores, fez chegar a Alberto João Jardim uma mensagem de consternação e apoio.

Para além, de disponibilizar a sua colaboração e solidariedade pessoal e institucional para fazer face ao mau tempo na ilha da Madeira, Carlos César afirma-se "consternado" com as consequências das fortes chuvas que assolam o arquipélago da Madeira e que já provocaram, pelo menos, cinco vitimas mortais, vários feridos e danos materiais avultados.


"Quero, por este meio, deixar-lhe a expressão da minha solidariedade pessoal e institucional e lamentar as vítimas mortais e danos ocorridos", escreve o Presidente do Governo Regional dos Açores na carta.


Carlos César solicitou ao seu secretário Regional da Ciência, Tecnologia e Equipamentos para que contactasse o homólogo madeirense visando oferecer a colaboração do Governo açoriano "em tudo o que for considerado útil".

Situação evidencia erros de ocupação do território - denuncia a Quercus


A Quercus vem na sequência dos últimos trágicos acontecimentos na Madeira, denunciar que o caos provocado pelas fortes chuvas no arquipélago é também "consequência dos inúmeros erros de ocupação do território" que se têm vindo a registar ao longo dos anos naquela ilha.


"É uma situação que obviamente decorre da forte pluviosidade. Mas existem inúmeros erros de ocupação do território que se têm vindo a registar ao longo do tempo e que agora demonstram as suas consequências", afirmou Hélder Spínola, dirigente nacional da Quercus.


O dirigente nacional da organização ambientalista, que está na Madeira, lamentou o facto de "os cenários mais graves" para os quais várias entidades, incluindo a Quercus, alertaram se estejam a confirmar.


A "situação catastrófica" que se vive actualmente no Funchal e em alguns concelhos limítrofes devido às fortes chuvas é também uma consequência das "construções junto aos leitos das linhas de água, dos lixos, terras e entulhos que têm sido despejadas dentro das ribeiras e da impermeabilização cada vez maior dos solos", diz Hélder Spínola.


"Estes são factores que agora nesta situação mais delicada acabam por significar, infelizmente, perdas de vidas humanas e uma destruição enorme de bens materiais", criticou.

As "ribeiras estão quase todas a galgar, há pontes destruídas e muitos carros arrastados", explica o dirigente da organização ambientalista.


Para a Quercus é fundamental que "de agora em diante se faça uma revisão da forma como ordenamos o território" e se assegure que "tudo não continue na mesma, como já aconteceu no passado". Por outro lado, é preciso "repensar a estratégia que tem vindo a ser seguida de ocupar os espaços, independentemente de eles estarem em zonas de risco", continua.


"É fundamental que não se continue a fazer isso. Existem situações que vêm de erros do passado, mas presentemente continuam a ser desenvolvidas obras e construções nessas mesmas circunstâncias", criticou.

Ver:

Há pelo menos 32 mortos de 60 feridos:

Presidente da República fala em "castástrofe" na Madeira:

RTP- Madeira emite permanentemente para levar aos madeirenses notícias da tragédia:

Imagens de video-amadores ilustram a tragédia madeirense:


Madeira em alerta Vermelho - RtpMadeira:

Mau tempo na madeira (subida para o santo da serra):


TELEJORNAL RTP MADEIRA 20-02-2010:

Actualização 21-02-2010:

Actualizado para 42 o número de vítimas mortais

Parque de estacionamento de centro comercial causa preocupação

Aberto o acesso ao Curral das Freiras:


A tragédia na Madeira foi relatada pelo mundo fora:

Os erros urbanísticos podem estar na lista de razões mais fortes, para a dimensão da tragédia:

Uma das zonas muito afectadas foi a Ribeira Brava:

Um morto no Curral das Freiras:

Imagens aéreas mostram desastre na Madeira:

Imagens enviadas pelos habitantes da Madeira:

Death toll rises after mudslides on Portuguese island:

(CNN) -- At least 40 people were killed and 120 injured by flash flooding and mudslides on the Portuguese island of Madeira, the local civil protection agency said Sunday.

Choveu bastante nos últimos tempos:

Apoiar as famílias é a maior urgência:

A maior catástrofe em 100 anos na Madeira

Decretados três dias de luto nacional e anunciado Conselho de Ministros extraordinário

PT restabeleceu 85 por cento das comunicações

Histórias de tempestades

As zonas mais afectadas pelo temporal:

Na Ribeira Brava a ribeira vai agora mais calma:


O turismo tenta passar ao lado da desgraça:

Imagens que ninguém vai esquecer:

Actualização em 23-02-2010:

Meios militares reforçados na Madeira:

Especialistas adiantam explicações para a situação da Madeira:

Fragata da Armada chegou à Madeira:

Brigada Cinotécnica da GNR conduz buscas na Madeira:

Recuperação emocional na Madeira pode levar três anos:

Vaga de solidariedade atravessa a Madeira:

Militares apoiam famílias na Madeira:

Novas imagens da tempestade na Madeira:

Ruas do Funchal aguardam recuperação:

Meios de salvamento reforçados na Madeira:

Encontradas mais quatro vítimas, governo regional mantém 42 mortos

PJ está a colaborar na identificação dos corpos

Mergulhadores procuram vítimas na marina do Funchal

Curral das Freiras volta a estar isolada

Parques de estacionamento sem mortos

Número de desaparecidos reduz-se para 13

Equipas cinotécnicas procuram corpos no túnel da Meia Légua

Encontrados mais dois corpos na Ribeira Brava

Comércio da Madeira com prejuízos de €10 milhões

Alberto João Jardim anuncia construção de túnel rodoviário

Registo oficial de 42 mortos e 600 deslocados

   

Actualização em 24-02-2010:

Cavaco Silva ficou impressionado:

Um menino de 9 anos recorda a tragédia da Madeira de forma muito especial:

Mergulhadores da Marinha voltaram a mergulhar em busca de corpos:

Adensou-se nas últimas horas a dúvida sobre o número real de vítimas do mau tempo na Madeira:

Forças Armadas explicaram ao seu comandante chefe em detalhe as operações:

A chuva intensa vai voltar à Madeira a partir de amanhã com agravamento na noite de sexta para sábado:

Actualização em 26-02-2010:

Imagens revelam força das águas que esventraram a Madeira:

Baixa do Funchal ainda está repleta de escavadoras:

Imagem da Nossa Senhora da Conceição transportada para outra igreja:

Alojamentos provisórios no Quartel do Funchal:

Especialistas dizem que a tragédia madeirense era previsível:

Tragédia na Madeira: Um desastre já anunciado há dois anos:

Alberto João Jardim promete "reconstruir" a Madeira:

Idosos da Madeira isolados pela tempestade:

Operações de limpeza decorrem com alerta de mau tempo:

 

Número de mortos confirmados subiu para 41

Reconstrução na Madeira pode demorar dez anos e custar mil milhões

Prejuízos na Madeira atingem 1,4 mil milhões de euros:

A primeira estimativa oficial dos prejuízos causados na Madeira pelo temporal de sábado passado já foi feita, em 1,4 mil milhões de euros, pelo Governo Regional da Madeira. O número de mortos é agora oficialmente de 42.
Em comunicado emitido há pouco após a reunião da tarde do conselho do Governo Regional, o executivo madeirense adianta que: “o valor apurado na sequência do primeiro levantamento efectuado ascende a 1,4 mil milhões de euros”. Esta é a primeira estimativa a constar nos “briefings” diários que o Executivo tem feito desde domingo passado. Os valores não foram descriminados.
O número de mortos elevou-se hoje aos 42, face a 41 de ontem, mantendo-se as pessoas internadas em 18 e registando-se uma redução da lista de desaparecidos, que é agora de composta por oito nomes.


Serviços públicos retomados na segunda-feira


Apesar dos alertas de mau tempo para esta madrugada, sem “razões para alarme”, adianta o comunicado oficial, o Governo estima que “a partir da próxima segunda-feira, todos os serviços públicos retomaram o seu funcionamento normal”. Durante esta semana, recorde-se, o serviços públicos estiveram com a actividade mínima necessária e possível.
Já quanto às restantes escolas que ainda não foram reabertas, “a informação será avançada no próximo domingo pela Secretaria Regional da Educação”.
No trânsito haverá condicionamentos nas próxima 48 horas, já que para este fim-de-semana “foram dadas instruções, pelo Governo Regional, à PSP, quanto ao trânsito automóvel para manter interdito o acesso aos locais sinistrados, a fim de evitar a perturbação das operações em cursos”.
Na comunicação de hoje de manhã, o Executivo madeirense avançou que a Secretaria Regional de Equipamento Social, como entidade coordenadora dos trabalhos nas várias autarquias envolvidas, tem no terreno 110 máquinas e 250 camiões para as operações de limpeza das ribeiras e estradas.

 
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