domingo, 24 de maio de 2009

A última companhia da Índia

In "o pravda ilhéu":

A odisseia da comp.ª madeirense de caçadores do BII 19 na India Portuguesa em 1959

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A última companhia da Índia


Faz hoje 47 anos que desembarcou na Pontinha, de regresso a casa, a última Companhia de Caçadores formada na Madeira para defender os territórios da Índia Portuguesa.

Recomendamos a leitura do excelente trabalho histórico no DN/Revista feito pelo nosso amigo Luís Calisto director do Diário de Notícias do Funchal

dn0401520101 dn0401520103 dn0401520102 Leia aqui um pouco mais sobre a história dos acontecimentos

 

images A 14 de Dezembro Salazar envia um telegrama em que diz:  “Não prevejo
possibilidade de tréguas nem prisioneiros portugueses, como não haverá navios
rendidos, pois sinto que apenas pode haver soldados e marinheiros vitoriosos ou
mortos”. E acrescenta: “É horrível pensar que possa significar o sacrifício total,
mas recomendo e espero esse sacrifício como única forma de nos mantermos à
altura das nossas tradições e prestarmos o maior serviço ao futuro da Nação”.

 

Ver:   [Link]

CARLOS AZEREDO: Passagem para a Índia

O escritor madeirense Rui Faria Nepumuceno edita um pequena brochura para a feira do Livro no Funchal:

Rui Firmino Faria Nepomuceno

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Manipulação

In "À BRUTO":

Ainda estou abismado com a entrevista de Manuela Moura Guedes ao Bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto. E só posso dizer que este senhor é um homem com os ditos no sítio.

Depois de, em público, ter dito aquilo que toda a gente sabia (de que há advogados a cometerem crimes), depois de estar a ser perseguido politicamente dentro da sua Ordem por tentar impedir advogados em actividade possam ser, ao mesmo tempo, deputados, foi entrevistado, em directo no Jornal Nacional da TVI, por Manuela moura Guedes, herself.

A pobre desculpa de jornalista em que esta senhora se tornou foi, finalmente, posta no seu lugar.


Finalmente, alguém lhe disse na cara que era péssima jornalista e que violava sistematicamente o Código Deontológico da sua profissão.

Finalmente alguém disse, ao vivo e textualemente, que a sua actuação no Jornal Nacional era uma vergonha e que quem a pôs lá devia ter vergonha.

... ...

Ver:   Marinho Pinto "Você faz um péssimo jornalismo" - DN:

Em entrevista dada hoje à TVI, o Bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, ao ser apelidado de “bufo” por Manuela Moura Guedes, respondeu violentamente à jornalista afirmando: “você não tem autoridade nenhuma para emitir juízos de valor acerca do que se passa na justiça”, e continuando no mesmo tom, acusou a jornalista de fazer um “péssimo jornalismo” que “viola sistematicamente o código deontológico”.

A entrevista não acabou sem Marinho Pinto afirmar que “se você me quiser fazer uma entrevista decente eu estarei disponível, mas esta estação devia ter aqui uma jornalista decente e não alguém que deturpa constantemente as regras do jornalismo”.

Vídeo:

Ver:   Troca de insultos na TVI:

Manuela Moura Guedes - “Acha bem dizer em praça pública que os advogados cometem crimes? (…) Está a enxovalhar a Ordem…”

Marinho Pinto - “O que está a fazer é manipulação!”

MMG - “Escreveu um artigo sobre o Freeport em que ataca a PJ…”

MP - “Porque utiliza o termo atacar e não criticar?”

MMG – “Foi visto como um frete político ao engenheiro Sócrates...”

MP – “Não me interessa. Não lhe devo nada, nem ele a mim. Deixe-me dizer-lhe uma coisa... Não pode dizer que faço fretes políticos. Olhe bem para mim nos olhos: nunca fiz fretes políticos!”

MP – “Estamos a criar uma sociedade de bufos...”

MMG – “Então o sr. é um bufo, ao vir para a praça pública denunciar advogados que cometem crimes?!”

MP – “Nós não varremos lixo para debaixo da mesa como fazem os jornalistas...”

MMG – “O sr. também não está a fazer muito pela sua classe...”

MP – “Você está aqui a fazer um julgamento disfarçado. Um péssimo jornalismo. Um espectáculo degradante para a informação e dá uma má imagem dos profissionais desta casa.”

“É uma vergonha. Não tenho a faca e o queijo na mão. Isso é ignorância sua.”

“Tinha vergonha de fazer o que você faz. O que você faz aqui todos os dias é violar o código deontológico. Duvido que o conheça! E quem a apoia aqui dentro devia ter vergonha.”

Ver: 

Bastonário volta a alertar para ilícitos cometidos por escritórios de advocacia

Todos os dias há um advogado condenado por má conduta profissional 

TVI-MOURA GUEDES/MARINHO PINTO - "ESTE ESPECTÁCULO DEGRADANTE VIOLA SISTEMÁTICAMENTE A DEONTOLOGIA JORNALISTICA” SERÁ QUE AINDA VAI CONTINUAR?
Entrevista Completa de Manuela Moura Guedes a Marinho Pinto

Marinho Pinto e Moura Guedes são estrelas do YouTube

Actualização em 28-05-2009:

ERC dá razão às queixas sobre o Jornal da Noite da TVI:

A Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) deliberou reprovar a actuação da TVI no Jornal Nacional de sexta-feira, por “desrespeito das normas ético-legais aplicáveis à actividade jornalística”.


A decisão do Conselho Regulador da ERC pende sobre sete peças de três edições daquele programa, depois de terem sido apresentadas trezes queixas à entidade que acusam a estação de televisão “de falta de rigor e de isenção” no tratamento noticioso de peças noticiosas sobre o primeiro-ministro e membros do PS.


A ERC fundamenta a decisão por ter sido “verificada, à luz da análise efectuada, a possibilidade de a TVI ter posto em causa o respeito pela presunção de inocência dos visados nas notícias”, lê se em comunicado.

 
A concluir, o Conselho Regulador resolveu “instar a TVI a cumprir de forma mais rigorosa o dever de rigor e isenção jornalística”.

ERC condena TVI por “desrespeito de normas ético-legais” no Jornal da Noite de sexta-feira

Decisão sem consequências

Finalmente!

Actualização em 29-05-2009:

Conselho Deontológico do Sindicato dos Jornalistas: Manuela Moura Guedes faz "jornalismo reprovável"

Actualização em 04-06-2009:

O principal problema da informação televisiva não é a Manuela Moura Guedes, nem são as alegadas pressões políticas, é o "infortainment". Ou seja, o entretenimento sobrepor-se à informação, a notícia ser tratada como um espectáculo de circo, o rigor e a verdade serem tantas vezes aligeirados e deixados de lado. Este fenómeno é mais acentuado nos telejornais portugueses do que em muitos outros países europeus e é o maior obstáculo ao verdadeiro jornalismo de investigação e à credibilidade dos media.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Washington Post: In Portugal, as in America, a 'Third Way' Is Reemerging

In "Jornal de Negócios":

José Sócrates passou os últimos quatro anos a implementar medidas para ter como recompensa uma crise que colocou o país sem margem de manobra em termos fiscais e que impulsionou o número de apoiantes do Partido Comunista, escreve o “Washington Post”, num artigo onde sobressaem os elogios à governação do primeiro-ministro.
Depois de falar com Sócrates, Steven Pearlstein, jornalista do jornal referido, conta como o responsável brincou com o dia em que aprendeu sobre “essa coisa a que chamam a crise do subprime” e destaca as medidas, como a redução do défice e do tamanho do governo e o desafio aos sindicatos implementadas pelo primeiro-ministro português.
E qual foi a sua recompensa? Questiona o jornalista, respondendo “uma crise económica que voltou a colocar o país sem margem de manobra em termos fiscais e que impulsionou o número de apoiantes do Partido Comunista”.
Para contextualizar a conversa com o responsável máximo pela governação do nosso país, Steven Pearlstein sublinha não apenas o facto dos jornais da Europa Ocidental estarem povoados de histórias sobre como banqueiros e gestores em Nova Iorque e Londres “enriqueceram à custa do povo sob o olhar de uma regulação cega com a confiança do mercado”, mas, e principalmente, como foi fácil “esta praga da cobiça e desregulação ter tão facilmente atravessado o Atlântico e conduzido as economias a uma recessão que se espera mais longa e profunda do que inicialmente”.
Posto isto, e depois de sublinhar concretamente as medidas do primeiro-ministro José Sócrates, cita também algumas tomadas por outros países europeus como França, Suécia e Suíça.
No entanto, continua, a “verdadeira história” da Europa reflecte que alguns países “ainda continuam a movimentar-se em torno de privatizações e da desregulação”.
Mas em Portugal, alerta por outro lado o jornal, por exemplo as grandes manifestações dos professores “encerraram a capital, mas falharam o objectivo de deter o plano de Sócrates de querer avaliações dos professores num sistema de ensino que tem um dos custos mais elevados e mais baixos resultados na Europa”.


EUA deviam considerar seguir plano de Segurança Social português


E o jornalista vai mesmo mais longe ao aconselhar os EUA a consideraram a possibilidade de seguirem o plano de reforma da Segurança Social, implementado pelo governo português.
Para ilustrar a boa aproximação do mercado de capitais aos problemas sociais que considera existir em Portugal, o jornalista cita as energias renováveis e a energia hidroeléctrica, dando como exemplo as medidas, nesse sentido, tomadas pelo Ministro da Economia, Manuel Pinho.


Pinho implementou boas medidas sem subsídios e sem favorecer EDP


“E o que é notável”, diz Steven “é que tudo isto foi feito sem subsídios do governo e sem favorecer a Energias de Portugal, empresa estatal”, sublinhando ainda a evolução da EDP e a separação da EDP Renováveis “que foi a maior [oferrta pública inicial] da Europa no último ano e que é neste momento a quarta maior produtora de energias renováveis do mundo”.
Em jeito de conclusão, o “Washington Post” diz que na altura de Bill Clinton e de Tony Blair “havia uma grande falta de conversa sobre uma ‘terceira via’ que combinasse as melhores características do capitalismo anglo-americano e a segurança económica predominante na Europa”.
“E se Portugal é uma indicação, a Europa tem movimentado as suas políticas e medidas em torno de um capitalismo de mercado desde essa altura”, elogia o jornalista, acrescentando que, “agora que Barack Obama tornou-se o político mais conhecido na Europa e a sua administração fez com que o objectivo de aumentar os lucros de uma forma mais competente voltasse, a convergência parece ser uma vez mais possível”.

Washington Post:   LISBON, Wednesday, May 6, 2009

You can easily imagine the popular story line that plays out daily in the politics of much of Western Europe. It's the one about bankers and money managers in New York and London who got rich by playing fast and loose with other people's money, under the eyes of regulators so blinded by their faith in markets that they couldn't spot a con game going on right under their noses.

And what makes it all the more galling to Western Europeans is how easily this plague of greed and deregulation so easily crossed the Atlantic, sending their own economies into a recession that is expected to be deeper and longer than it will be where it all began.

Sitting in his office last week, José Sócrates, the prime minister of Portugal, joked as he recalled the day last September when he first learned about "this thing they call a subprime loan." As head of this country's nominally socialist party, Sócrates spent the previous four years reducing the size of Portugal's government, taming its runaway budget deficit, challenging labor unions and deregulating its markets. And what is his reward? An economic crisis that has once again put the country in a fiscal bind and boosted the polling numbers of Portugal's Communist Party.

There are similar tales to be told across the continent. In France, top executives have been taken hostage by workers demanding that layoff notices be rescinded. In Sweden and Switzerland, companies have revoked pay packages for top executives in response to public outcry. And just last week, the European Union unveiled new regulations that have the hedge funds howling. Everywhere, there are calls for higher taxes on the rich, with the British government proposing to raise the top marginal rate to 50 percent from 40 percent.

 

"In terms of further market liberalization, I would say the window of opportunity is now closed," Christine Lagarde, France's reform-minded finance minister, told reporters recently in Washington.

Given the circumstances -- unemployment as high as 17 percent in Spain, exports off 20 percent in Germany, house prices off 40 percent in Ireland -- none of this is surprising. But the real story in Europe may be how firmly market liberalization seems to have taken hold. Not only have there been few, if any, calls for re-nationalizations, but some countries are still moving toward privatization and deregulation. Instances of protectionism are outweighed by the examples of cross-border mergers and acquisitions that have been accepted as a matter of course -- Fiat's designs on GM's Opel, based in Germany, is the latest. And in the face of international calls for additional fiscal stimulus, both governments and voters have been reluctant to borrow and spend their way out of this recession.

Here in Portugal, for example, huge teacher demonstrations recently shut down the capital but failed to derail Sócrates's plan to require annual evaluations of instructors in a public school system that has some of the highest costs, and lowest test results, in Europe.

And Americans would do well to consider Portugal's plan to put its Social Security on a more sustainable footing by linking the retirement age to life expectancy while still giving people the choice to retire at 65 with slightly lower benefits.

Perhaps the best example of Portugal's market-based approach to its economic problems is its big push toward renewable energy.

To harness the wind, Economy Minister Manuel Pinho set out to move the country beyond small, subsidized wind farms to create an industry big enough to achieve economies of scale, invest seriously in research and development, and attract billions of dollars in capital. The incentive came in the form of huge long-term transmission contracts that assured investors that there would be a market for the power at a guaranteed price, determined in an open and competitive auction. The hitch was that winners were required to manufacture a certain percentage of the windmills and the turbines in Portugal. A number of big European companies have now set up shop here.

Pinho took a similar approach to hydroelectric power, putting up for competitive bid long-term licenses to build and operate a dozen new or expanded dams. Bidders can also extend the life of the licenses if they agree to enter long-term contracts to buy nighttime power from the country's wind producers and use it to pump water from reservoirs below the dams back up to the reservoirs above. Energy gets stored during those hours when demand is low and used the next day when demand is at its peak.

What's noteworthy is that all this was done without a government subsidy and without favoring the country's former electric monopoly, EDP, in which the government continues to hold a minority stake. Indeed, EDP has been buying or building renewable-energy assets across Europe, in Brazil and in the United States. The spinoff of its renewable-energy division was the biggest IPO in Europe last year and is now the world's fourth-largest renewable-energy producer.

Back in the days of Bill Clinton and Tony Blair, there was a lot of loose talk about a "third way" that would combine the best features of Anglo-American capitalism with the social and economic safety net prevalent in Europe. If Portugal is any indication, Europe has been moving in fits and starts toward market capitalism ever since. Now that Barack Obama has become the most popular politician in Europe and his administration back home is intent on increasing the profile of a more-competent government in the workings of the American economy, a convergence seems possible once again.

Offshores

In "Causa Nossa":

...
Só há offshores porque há empresas e indivíduos que criam filiais e moradas fantasma em paraísos fiscais como as Ilhas Caimão, para aí declararem os lucros tributáveis, ao abrigo do princípio da proibição da dupla tributação.
Por exemplo, em vez de pagarem 35% de IRC nos Estados Unidos, as grandes empresas multinacionais americanas (especialmente as farmacêuticas, os gigantes da tecnologia, as empresas financeiras e de bens de consumo) criam filiais - meras caixas de correio - em paraísos fiscais para aí declararem os seus lucros.
...
E é assim que, em vez de pagarem 35% de IRC sobre €522 mil milhões de receitas produzidas no estrangeiro em 2004 (último ano para o qual há dados), as multinacionais americanas pagaram ... 2,3%.
O Presidente Obama explicou este fenómeno chamando a atenção para um edifício nas Ilhas Caimão que "acolhe" mais de 18.000 empresas americanas - "das duas uma, ou este é o maior edifício do mundo, ou este é o maior embuste fiscal [tax scam] da história".
Barack Obama já anunciou planos para pôr fim a esta situação.
Qual é o maior obstáculo?
Os lóbis das grandes empresas que argumentam - não sem alguma razão - que, a pôr-se fim a esta fuga aos impostos legalizada, as grandes multinacionais americanas ficavam em desvantagem em relação às suas congéneres de outras partes do mundo. Porque na Europa, por exemplo, ninguém ainda está aa tratar de ir à procura dos lucros das empresas europeias que não sejam declarados nos respectivos territórios nacionais!
Mais uma área (para acrescentar às medidas de combate à crise) em que os EUA de Obama estão a mostrar o caminho à Europa.
E a Europa - numa UE que funcione e se assuma - é-nos mesmo indispensável: só uma posição concertada das grandes economias dos dois lados do Atlântico pode garantir o fim dos abusos fiscais das grandes multinacionais e o fim dos offshores.
Estamos à espera de quê?

 
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